B.B.
Baptista-Bastos publicou ontem, no DN, um magnífico testemunho. Colocou nas palavras justas o que é o sentimento generalizado de uma geração que deu tudo pela utopia. A geração que imaginou para Portugal um Maio de 68 que, começando antes, foi sendo sucessivamente adiado. E sobre o que resta desse sonho, neste Portugal pós-moderno.
"Quando há dias, no programa Livro Aberto de F.J.Viegas (NTV-Porto), repeti o que dissera, anteriormente, numa entrevista à revista Ler: "o meu mundo acabou", acrescentei que não havia amargura alguma nesta verificação de facto, mas um dado constitutivo da relação do tempo com a sociedade(...) O Muro, afinal era o pretexto da Esquerda e da Direita para acentuar as suas específicas circunstâncias (...) A partir de 1976 percebemos, os que perceberam, que o poder estava, de novo, nas mãos da classe média, cuja natureza medíocre atropelava as virtudes republicanas e tripudiava as esperanças colectivas. As reversões começaram a partir daí. (...)
Temos vivido de sobras? Em muitos casos, sim. Até do que sobrou dos sonhos. Todavia, a saudade desses tempos apenas significa que há uma história que transportamos e um orgulho que se não desmorona. De que saudades falarão, dentro de duas ou três décadas, os homens e as mulheres que têm agora 30 e 40 anos?. (...) Uma geração que limitou os seus desígnios a uma espécie de exclusão do outro, e que distinguiu, de um juízo valorativo, a definição puramente descritiva da categoria intelectual, é uma geração que a si mesma se despreza e se não toma a sério"...."
Caeiro, também aqui, é o mestre. Este blogue é mantido por Possidónio Cachapa e todos os que acham por bem participar. A blogar desde 2003.
31 de agosto de 2003
30 de agosto de 2003
LONGE DAQUI
Ao ler alguns blogues em português escritos a milhares de quilómetros de Lisboa, sinto vontade de não estar aqui, neste momento. O contrário de quando estava longe e vivia sedento da minha língua; daquela fantasia modesta que faz de nós portugueses; saudades dos nossos Jerónimos do tamanho de Legos, mas rendilhados e feitos em memória de viagens que ainda hoje nos assombram. Lembro-me de ter sobrevoado o Índico, há uns anos atrás, enquanto por baixo rebentava uma tempestade violenta. Nessa altura pensei nos homens que 500 anos antes tinham passado por ali, abraçados a barquinhos de brincar, carrapatos sobre o dorso do bicho-oceano.
Esta noite, queria estar a amar o meu país de longe; de onde o pudesse ver por inteiro; de uma plataforma que reduzisse as pequenas maldades à sua condição de coisa-quase-nenhuma.
Se amanhã estivesse de volta, gostaria de partir esta noite para longe daqui.
Não sei se me percebem...
Ao ler alguns blogues em português escritos a milhares de quilómetros de Lisboa, sinto vontade de não estar aqui, neste momento. O contrário de quando estava longe e vivia sedento da minha língua; daquela fantasia modesta que faz de nós portugueses; saudades dos nossos Jerónimos do tamanho de Legos, mas rendilhados e feitos em memória de viagens que ainda hoje nos assombram. Lembro-me de ter sobrevoado o Índico, há uns anos atrás, enquanto por baixo rebentava uma tempestade violenta. Nessa altura pensei nos homens que 500 anos antes tinham passado por ali, abraçados a barquinhos de brincar, carrapatos sobre o dorso do bicho-oceano.
Esta noite, queria estar a amar o meu país de longe; de onde o pudesse ver por inteiro; de uma plataforma que reduzisse as pequenas maldades à sua condição de coisa-quase-nenhuma.
Se amanhã estivesse de volta, gostaria de partir esta noite para longe daqui.
Não sei se me percebem...
AS ZULMIRAS
Nunca se chamam assim. Chamam-se Carlas Vanessas ou Rubens Filipes ou coisa assim... e odeiam. Odeiam os pais que lhes deram um nome que começa pela última letra do alfabeto, ainda que não seja exactamente assim e mesmo que fosse, do fim da fila avistam-se coisas que os primeiros nunca verão. O "Z" morde-lhes no estômago como uma injustiça. Não suportam que ninguém saiba quem "elas" são; que os seus esforços artísticos não sejam mais apreciados que uma cagadela de mosca; que a sua ausência de beleza e de talento as lance irremediavelmente para os últimos lugares de tudo. As "zulmiras" quando são homens, atiram pedras, escondidos atrás de árvores ou de carros estacionados; atrás das coisas que nunca irão a lado nenhum. Quando são mulheres, atiram calúnias, frases cheias de subentendidos; manobram na sombra até que todos odeiem os seus alvos tanto como elas. Nunca dizem alto o nome. Nunca mostram o que sentem, a não ser aos seus "amigos", que são forçados a aturar-lhes as vulvas secas e as mãos com calos em sítios precisos, em longos telefonemas, a horas impróprias. As "zulmiras" não produzem: destroem. Matam a beleza com o seu medo do escuro. As "zulmiras" são seres patéticos que vão morrer como todos nós.
A única diferença é que morrerão sozinhas.
Nunca se chamam assim. Chamam-se Carlas Vanessas ou Rubens Filipes ou coisa assim... e odeiam. Odeiam os pais que lhes deram um nome que começa pela última letra do alfabeto, ainda que não seja exactamente assim e mesmo que fosse, do fim da fila avistam-se coisas que os primeiros nunca verão. O "Z" morde-lhes no estômago como uma injustiça. Não suportam que ninguém saiba quem "elas" são; que os seus esforços artísticos não sejam mais apreciados que uma cagadela de mosca; que a sua ausência de beleza e de talento as lance irremediavelmente para os últimos lugares de tudo. As "zulmiras" quando são homens, atiram pedras, escondidos atrás de árvores ou de carros estacionados; atrás das coisas que nunca irão a lado nenhum. Quando são mulheres, atiram calúnias, frases cheias de subentendidos; manobram na sombra até que todos odeiem os seus alvos tanto como elas. Nunca dizem alto o nome. Nunca mostram o que sentem, a não ser aos seus "amigos", que são forçados a aturar-lhes as vulvas secas e as mãos com calos em sítios precisos, em longos telefonemas, a horas impróprias. As "zulmiras" não produzem: destroem. Matam a beleza com o seu medo do escuro. As "zulmiras" são seres patéticos que vão morrer como todos nós.
A única diferença é que morrerão sozinhas.
AINDA OS ESTÁDIOS...
Ao assistir aos campeonatos mundiais de atletismo, nomeadamente à entrada dos atletas no Stade de France, lembrei-me, subitamente que ainda não vi nenhuma pista de tartã nos estádios construídos com a desculpa do Europeu. Como uma boa parte foi financiada com o erário público, e estando certo que os governos acautelaram com esse investimento o desenvolvimento de outras modalidades nestes espaços, estou curioso para ver o resultado. Não tarda nada veremos os nossos atletas a competir nas belas pistas que, estou certo, rodearão os estádios... Ou pelo menos alguns deles... Não?!...
Ao assistir aos campeonatos mundiais de atletismo, nomeadamente à entrada dos atletas no Stade de France, lembrei-me, subitamente que ainda não vi nenhuma pista de tartã nos estádios construídos com a desculpa do Europeu. Como uma boa parte foi financiada com o erário público, e estando certo que os governos acautelaram com esse investimento o desenvolvimento de outras modalidades nestes espaços, estou curioso para ver o resultado. Não tarda nada veremos os nossos atletas a competir nas belas pistas que, estou certo, rodearão os estádios... Ou pelo menos alguns deles... Não?!...
O DRAMA DA CEGUINHA, AGORA NO MASCULINO E EM BLOGUE!
Não sei se foi contágio da Sofia Alves ou da sua cadela amestrada, da bengala, ou da malinha debaixo do braço, mas não vejo os comentários. Diz-me a caixa de correio que muita gente comentou os posts. Gostava de ver. Mas, de momento, está difícil... As respostas seguem dentro de momentos.
Não sei se foi contágio da Sofia Alves ou da sua cadela amestrada, da bengala, ou da malinha debaixo do braço, mas não vejo os comentários. Diz-me a caixa de correio que muita gente comentou os posts. Gostava de ver. Mas, de momento, está difícil... As respostas seguem dentro de momentos.
29 de agosto de 2003
SOLTAR O GRITO AMORDAÇADO DA BUCETA!
Por baixo deste título, estava uma brincadeira inconsequente, sobre a... enérgica (e nada tendenciosa) crítica de M.Teresa Horta. Referia-se expressamente ao tom e ao critério de selecção das obras que a escritora e jornalista (em todo o seu direito) selecciona para os seus trabalhos de crítica literária. Não havia uma palavra referente à obra. Não conheço (tirando alguns poemas) EM CONCRETO, o seu trabalho literário. Acredito que seja excelente. Da mesma maneira que acredito que é útil que, de vez em quando, algumas mulheres venham lembrar que ainda há coisas a acertar no plano da igualdade.
Uma criatura que de vez em quando por aqui rasteja procurou deturpar com os seus comentários, o meu post. Se não fosse anónima e transpirasse veneno , eu teria todo o gosto em lhe responder por email . Como não sei o endereço da toca em que se acoita, fica aqui a resposta.
Por baixo deste título, estava uma brincadeira inconsequente, sobre a... enérgica (e nada tendenciosa) crítica de M.Teresa Horta. Referia-se expressamente ao tom e ao critério de selecção das obras que a escritora e jornalista (em todo o seu direito) selecciona para os seus trabalhos de crítica literária. Não havia uma palavra referente à obra. Não conheço (tirando alguns poemas) EM CONCRETO, o seu trabalho literário. Acredito que seja excelente. Da mesma maneira que acredito que é útil que, de vez em quando, algumas mulheres venham lembrar que ainda há coisas a acertar no plano da igualdade.
Uma criatura que de vez em quando por aqui rasteja procurou deturpar com os seus comentários, o meu post. Se não fosse anónima e transpirasse veneno , eu teria todo o gosto em lhe responder por email . Como não sei o endereço da toca em que se acoita, fica aqui a resposta.
BLOGGING AROUND
No achoeu escreve-se com uma enganosa simplicidade sobre a praia e sobre o fim do Verão. Com aquela forma tranquila que os aspirantes a escritor desprezam frequentemente e que contém tudo o que deveria conter. Parabéns.
Em oteuumbigo, a coisa fia mais fino:) Quem disse que o pastiche era fácil que vá lá ver. A neo-literatura e os colunistas enraizados que se cuidem...
No achoeu escreve-se com uma enganosa simplicidade sobre a praia e sobre o fim do Verão. Com aquela forma tranquila que os aspirantes a escritor desprezam frequentemente e que contém tudo o que deveria conter. Parabéns.
Em oteuumbigo, a coisa fia mais fino:) Quem disse que o pastiche era fácil que vá lá ver. A neo-literatura e os colunistas enraizados que se cuidem...
E POR FALAR EM LABORATÓRIOS....
Enquanto estava de férias, passei por uma televisão, onde me pareceu ver o chefe da Ordem dos Médicos, o mesmo que tinha vindo lançar perdigotos irados, há uns meses atrás, quando se levantou a suspeita (permitam-me que me ria durante alguns momentos... É que a palavra "suspeita" tem ocasiões em que é ridiculamente hipócrita...) de que muitos médicos teriam ligações... por assim dizer "viajadas" com os laboratórios. Foi confusão minha, por certo, mas pareceu-me ver o senhor de orelha murcha a comentar a notícia que teriam sido levantados 500 processos? Ná... devo estar enganado...
Enquanto estava de férias, passei por uma televisão, onde me pareceu ver o chefe da Ordem dos Médicos, o mesmo que tinha vindo lançar perdigotos irados, há uns meses atrás, quando se levantou a suspeita (permitam-me que me ria durante alguns momentos... É que a palavra "suspeita" tem ocasiões em que é ridiculamente hipócrita...) de que muitos médicos teriam ligações... por assim dizer "viajadas" com os laboratórios. Foi confusão minha, por certo, mas pareceu-me ver o senhor de orelha murcha a comentar a notícia que teriam sido levantados 500 processos? Ná... devo estar enganado...
NÃO GASTASSEM TANTO EM ARGOLAS PRÓ PESCOÇO!
A Organização Mundial de Saúde conseguiu travar o processo de venda de genéricos aos países pobres.
O porta-voz da OMC, Keith Rockwell, declarou que "Precisariam de mais tempo". Fica assim suspenso o acordo a que tinham chegado anteontem EUA e Brasil, Índia, África do Sul e Quénia e que necessitava da ratificação do conselho geral. A razão apontada foi da ordem da "má interpretação" que alguns países estavam a fazer do referido acordo. Lembre-se, a título de curiosidade, que este processo é o culminar de um braço-de-ferro promovido pela indústria farmacêutica norte-americana (certamente, entre outras).
Compreende-se que os laboratórios usem de todos os seus meios para deterem esta fuga de receitas. Afinal, quem não tem dinheiro não tem vícios. E a morte por doença é um dos mais perigosos da Terra.
A Organização Mundial de Saúde conseguiu travar o processo de venda de genéricos aos países pobres.
O porta-voz da OMC, Keith Rockwell, declarou que "Precisariam de mais tempo". Fica assim suspenso o acordo a que tinham chegado anteontem EUA e Brasil, Índia, África do Sul e Quénia e que necessitava da ratificação do conselho geral. A razão apontada foi da ordem da "má interpretação" que alguns países estavam a fazer do referido acordo. Lembre-se, a título de curiosidade, que este processo é o culminar de um braço-de-ferro promovido pela indústria farmacêutica norte-americana (certamente, entre outras).
Compreende-se que os laboratórios usem de todos os seus meios para deterem esta fuga de receitas. Afinal, quem não tem dinheiro não tem vícios. E a morte por doença é um dos mais perigosos da Terra.
28 de agosto de 2003
WELCOME TO WORDLAND
Percebi, subitamente. Estava numa biblioteca. A blogosfera portuguesa transformou-se numa gigantesca biblioteca. Começa a ter-se aquela sensação de vertigem perante tantos títulos desconhecidos; perante a possibilidade de ler tantas opiniões, vindas de pessoas tão diversas.
Acabou-se o feudo, vem aí a democracia, com as suas alegrias e perversidades. Os hiper-selectivos serão capazes de torcer o nariz e fugir sem ouvir o que se está a dizer. Mas alguém curioso e que goste de ouvir (como eu) está nas suas Sete Quintas. Bem-vinda a pluralidade de visões!
Percebi, subitamente. Estava numa biblioteca. A blogosfera portuguesa transformou-se numa gigantesca biblioteca. Começa a ter-se aquela sensação de vertigem perante tantos títulos desconhecidos; perante a possibilidade de ler tantas opiniões, vindas de pessoas tão diversas.
Acabou-se o feudo, vem aí a democracia, com as suas alegrias e perversidades. Os hiper-selectivos serão capazes de torcer o nariz e fugir sem ouvir o que se está a dizer. Mas alguém curioso e que goste de ouvir (como eu) está nas suas Sete Quintas. Bem-vinda a pluralidade de visões!
BAROSCÓPIO
Abro o dicionário à toa e descubro a palavra "Baroscópio": Instrumento semelhante a uma balança, que serve para demonstrar que os gases exercem impulsão sobre os corpos que neles estão mergulhados".
Quando éramos putos, interrompíamos muitas vezes as brincadeiras e fugíamos dos espaços fechados a rir por causa da demonstração dessa teoria. Mas era uma coisa muito empírica...
Abro o dicionário à toa e descubro a palavra "Baroscópio": Instrumento semelhante a uma balança, que serve para demonstrar que os gases exercem impulsão sobre os corpos que neles estão mergulhados".
Quando éramos putos, interrompíamos muitas vezes as brincadeiras e fugíamos dos espaços fechados a rir por causa da demonstração dessa teoria. Mas era uma coisa muito empírica...
ACORDAR ASSARAPANTADO
Depois de ter trabalhado até o sol nascer cinzento e húmido, enviado o fruto via email e dormido algumas horas, um homem pensa que tem direito a um pequeno-almoço mais que tardio, descansado. Talvez até, deitando o olho ao televisor. O que uma pessoa não sabe é que todos os dias de semana, o Malato, a Merche e outra que nem me lembro o nome, estão à nossa espera como um pesadelo alourado, na televisão pública. Depois de 3 minutos de insânia tive que ir buscar o Flaubert para me certificar que é possível sobreviver.
"Pendant que les Barbares, incertains, délibéraient, Le Suffète augmentait ses défenses: il fit creuser en deçà des palissades un second fossé, élever une seconde muraille, construire aux angles des tours de bois; et ses esclaves allaient jusqu'au milieu des avant-postes enfoncer les chausse-trappes dans la terre..." (in SALAMMBÔ)
Depois de ter trabalhado até o sol nascer cinzento e húmido, enviado o fruto via email e dormido algumas horas, um homem pensa que tem direito a um pequeno-almoço mais que tardio, descansado. Talvez até, deitando o olho ao televisor. O que uma pessoa não sabe é que todos os dias de semana, o Malato, a Merche e outra que nem me lembro o nome, estão à nossa espera como um pesadelo alourado, na televisão pública. Depois de 3 minutos de insânia tive que ir buscar o Flaubert para me certificar que é possível sobreviver.
"Pendant que les Barbares, incertains, délibéraient, Le Suffète augmentait ses défenses: il fit creuser en deçà des palissades un second fossé, élever une seconde muraille, construire aux angles des tours de bois; et ses esclaves allaient jusqu'au milieu des avant-postes enfoncer les chausse-trappes dans la terre..." (in SALAMMBÔ)
27 de agosto de 2003
ALGARVE EM FIM DE VERÃO
No meio de tanta desgraça, vale a pena mudar de ares e dar um salto ao Jaquinzinhos e ver a magnífica fotografia que o seu tutor tirou na Praia do Barril. Só não me meto no carro, em direcção à Ria Formosa, porque já é de noite :)
No meio de tanta desgraça, vale a pena mudar de ares e dar um salto ao Jaquinzinhos e ver a magnífica fotografia que o seu tutor tirou na Praia do Barril. Só não me meto no carro, em direcção à Ria Formosa, porque já é de noite :)
E POR FALAR EM QUEM NÃO FAZ NENHUM...
Alguém sabe para que servem as/os "contínuas/os" das escolas, actualmente designados com a eufemística e por certo errónea expressão "auxiliares de acção educativa"? Os testemunhos que me chegam são unânimes: são inúmeros e não servem para nada. Há escolas básicas e secundárias a debater-se com dificuldades orçamentais graves, mas que se dão ao luxo de manter 40, 50 e por vezes mais funcionários que não limpam, não vigiam e não ajudam em nada o corpo docente. Não é de hoje a imagem da empregada a fazer renda sentada, enquanto o professor dá aulas numa sala suja. Por incrível que pareça existem escolas, muitas, em que são contratadas EMPRESAS DE LIMPEZA, porque as/os "auxiliares" julgam não fazer parte das suas atribuições o asseio das edifícios.
Eu vivi num país, em que cada escola secundária tinha no máximo, 4 ou 5 funcionários de manutenção e limpeza, por vezes, apenas UM. Os alunos eram responsabilizados pelos seus desvarios de aporcalhamento, é certo, mas de resto, aquele pequeno número de funcionários mantinha tudo limpo, desinfectado e a funcionar. Não me digam que 10 ou 20 pessoas formadas e responsabilizadas não dariam conta de uma escola portuguesa?!!
Não haverá ninguém que corra estas criaturas que julgam ter apenas direitos e nenhuns deveres à vassourada?
Alguém sabe para que servem as/os "contínuas/os" das escolas, actualmente designados com a eufemística e por certo errónea expressão "auxiliares de acção educativa"? Os testemunhos que me chegam são unânimes: são inúmeros e não servem para nada. Há escolas básicas e secundárias a debater-se com dificuldades orçamentais graves, mas que se dão ao luxo de manter 40, 50 e por vezes mais funcionários que não limpam, não vigiam e não ajudam em nada o corpo docente. Não é de hoje a imagem da empregada a fazer renda sentada, enquanto o professor dá aulas numa sala suja. Por incrível que pareça existem escolas, muitas, em que são contratadas EMPRESAS DE LIMPEZA, porque as/os "auxiliares" julgam não fazer parte das suas atribuições o asseio das edifícios.
Eu vivi num país, em que cada escola secundária tinha no máximo, 4 ou 5 funcionários de manutenção e limpeza, por vezes, apenas UM. Os alunos eram responsabilizados pelos seus desvarios de aporcalhamento, é certo, mas de resto, aquele pequeno número de funcionários mantinha tudo limpo, desinfectado e a funcionar. Não me digam que 10 ou 20 pessoas formadas e responsabilizadas não dariam conta de uma escola portuguesa?!!
Não haverá ninguém que corra estas criaturas que julgam ter apenas direitos e nenhuns deveres à vassourada?
Álvaro de Campos e Carlos D. de Andrade visitam o Silêncio, com o majestoso volume da sua eternidade anunciada.
"Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti..."
A.C.
"Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti..."
A.C.
FAIRY TOOTH
A Teresa Guilherme afirma que o país anda numa excitação com o início de mais um Bigbreda. Aparentemente, ninguém está interessado em saber quem são os concorrentes, mas sim em a ouvir dizer novamente "Isso, agora, não interessa nada!".
O que só vem dar razão à ideia inicial de José E. Moniz de fazer o programa só com porcos e coelhos, para aumentar o nojo da coisa e as cenas de sexo. Desde que a Teresa dissesse para o écran de plasma: "Ora então Bunny-Bumba, diga lá o que é que queria mesmo dizer com aquele estremecer de narinas diante do retrato da Fernanda Serrano?", as audiências manter-se-iam.
A Teresa Guilherme afirma que o país anda numa excitação com o início de mais um Bigbreda. Aparentemente, ninguém está interessado em saber quem são os concorrentes, mas sim em a ouvir dizer novamente "Isso, agora, não interessa nada!".
O que só vem dar razão à ideia inicial de José E. Moniz de fazer o programa só com porcos e coelhos, para aumentar o nojo da coisa e as cenas de sexo. Desde que a Teresa dissesse para o écran de plasma: "Ora então Bunny-Bumba, diga lá o que é que queria mesmo dizer com aquele estremecer de narinas diante do retrato da Fernanda Serrano?", as audiências manter-se-iam.
SEJAMOS INDULGENTES
Eu sei que não se pode olhar as acções do passado com os olhos dos nossos dias, mas mesmo assim é sempre um fascínio espreitar a maneira como a Igreja Católica se foi mantendo.
A Taxa Camarae era um tarifário promulgado pelo papa Leão X (1517-1521), destinado a vender indulgências (perdão de culpas). Basicamente não havia nada que não pudesse ser perdoado... desde que a bolsa o permitisse. São 35 artigos que cobrem tudo o que uma mente eclesiástica podia pensar como pecado. E, desde já, aviso que não saía barato pecar, nesses tempos (agora, com as indeminizações, a coisa também anda pela hora da morte, mas enfim...). Cito apenas alguns desses artigos, a título de exemplo:
"1. O eclesiástico que cometa o pecado da carne, seja com freiras, seja com primas, sobrinhas ou afilhadas suas (...) será absolvido mediante o pagamento de 67 libras e 12 soldos.
2.Se o eclesiástico, além do pecado da fornicação, quiser ser absolvido do pecado contra a natureza ou bestialidade, deve pagar 219 libras e 15 soldos. Mas se tive apenas cometido pecado contra a natureza com criança ou com animais e não com mulheres, pagará unicamente 131 libras e 15 soldos.
(...)9. A absolvição de um simples assassínio cometido na pessoa de um leigo é fixada em 15 libras, 4 soldos 3 3 dinheiros.
10. Se o assasino tiver morto um ou mais homens no mesmo dia, pagará como se tivesse apena assassinado um.(...)
13. A mulher que destruir o filho que traz nas entranhas, assim como o pai que tiver contribuído para a perpretação do crime, pagarão cada um 17 libras e 15 soldos. Quem facilitar o aborto de uma criatura que não seja seu filho pagará menos 1 libra.(...)
18. Quem quiser comprar antecipadamente a absolvição por todo e qualquer homicídio acidental que venha a cometer no futuro. terá de pagar 168 libras e 15 soldos..."
Estas e outras curiosidades históricas encontram-se profusamente ilustradas no livro de Pepe Rodriguez "Mentiras fundamentales de la iglesia catolica" (há uma edição portuguesa pela Terramar).
Eu sei que não se pode olhar as acções do passado com os olhos dos nossos dias, mas mesmo assim é sempre um fascínio espreitar a maneira como a Igreja Católica se foi mantendo.
A Taxa Camarae era um tarifário promulgado pelo papa Leão X (1517-1521), destinado a vender indulgências (perdão de culpas). Basicamente não havia nada que não pudesse ser perdoado... desde que a bolsa o permitisse. São 35 artigos que cobrem tudo o que uma mente eclesiástica podia pensar como pecado. E, desde já, aviso que não saía barato pecar, nesses tempos (agora, com as indeminizações, a coisa também anda pela hora da morte, mas enfim...). Cito apenas alguns desses artigos, a título de exemplo:
"1. O eclesiástico que cometa o pecado da carne, seja com freiras, seja com primas, sobrinhas ou afilhadas suas (...) será absolvido mediante o pagamento de 67 libras e 12 soldos.
2.Se o eclesiástico, além do pecado da fornicação, quiser ser absolvido do pecado contra a natureza ou bestialidade, deve pagar 219 libras e 15 soldos. Mas se tive apenas cometido pecado contra a natureza com criança ou com animais e não com mulheres, pagará unicamente 131 libras e 15 soldos.
(...)9. A absolvição de um simples assassínio cometido na pessoa de um leigo é fixada em 15 libras, 4 soldos 3 3 dinheiros.
10. Se o assasino tiver morto um ou mais homens no mesmo dia, pagará como se tivesse apena assassinado um.(...)
13. A mulher que destruir o filho que traz nas entranhas, assim como o pai que tiver contribuído para a perpretação do crime, pagarão cada um 17 libras e 15 soldos. Quem facilitar o aborto de uma criatura que não seja seu filho pagará menos 1 libra.(...)
18. Quem quiser comprar antecipadamente a absolvição por todo e qualquer homicídio acidental que venha a cometer no futuro. terá de pagar 168 libras e 15 soldos..."
Estas e outras curiosidades históricas encontram-se profusamente ilustradas no livro de Pepe Rodriguez "Mentiras fundamentales de la iglesia catolica" (há uma edição portuguesa pela Terramar).
26 de agosto de 2003
CASA PIA 2
O atraso do Ministério Público em requerer que as testemunhas fossem inquiridas através de vídeoconferência foi lamentável, embora em parte compreensível, já que os prazos dos requerimentos variam em função do tipo de casos, da gravidade e de todas as coisas que gerações de juristas se foram lembrando de inventar ao longo dos anos.
Não tenho experiência nestas matérias, nem formação jurídica ou psicológica, para avaliar das consequências da implementação da ordem do juiz para um frente-a-frente. Não sabemos a idade das testemunhas, embora possamos presumir o grau de dureza que já lhes deve ir naquele coração, por esta altura. Mas, ainda assim, colocar na proximidade física arguidos e testemunhas adolescentes (caso o sejam), num tipo de acusação em que sentimentos de toda a espécie sobrevirão, não me parece ser uma ideia extraordinária. Tanto mais que os advogados de defesa não estão a ser pagos para "tratar psicologicamente" das testemunhas. Ou antes, estão, no sentido mais violento do termo.
O atraso do Ministério Público em requerer que as testemunhas fossem inquiridas através de vídeoconferência foi lamentável, embora em parte compreensível, já que os prazos dos requerimentos variam em função do tipo de casos, da gravidade e de todas as coisas que gerações de juristas se foram lembrando de inventar ao longo dos anos.
Não tenho experiência nestas matérias, nem formação jurídica ou psicológica, para avaliar das consequências da implementação da ordem do juiz para um frente-a-frente. Não sabemos a idade das testemunhas, embora possamos presumir o grau de dureza que já lhes deve ir naquele coração, por esta altura. Mas, ainda assim, colocar na proximidade física arguidos e testemunhas adolescentes (caso o sejam), num tipo de acusação em que sentimentos de toda a espécie sobrevirão, não me parece ser uma ideia extraordinária. Tanto mais que os advogados de defesa não estão a ser pagos para "tratar psicologicamente" das testemunhas. Ou antes, estão, no sentido mais violento do termo.
25 de agosto de 2003
S.TORPES
A meio de uma viagem ainda tive tempo para dar um mergulho nas águas mornas e traiçoeiramente mansas (bastam alguns metros de afastamento para a corrente se fazer sentir). Ao olhar para as chaminés da Central Eléctrica, com o seu despudor industrial, percebi que estava a ver o futuro daquela costa, com o incremento do Porto de Sines e a tão almejada reconversão em zona industrial.
A meio de uma viagem ainda tive tempo para dar um mergulho nas águas mornas e traiçoeiramente mansas (bastam alguns metros de afastamento para a corrente se fazer sentir). Ao olhar para as chaminés da Central Eléctrica, com o seu despudor industrial, percebi que estava a ver o futuro daquela costa, com o incremento do Porto de Sines e a tão almejada reconversão em zona industrial.
FAMILY TIES
Numa coisa os conservadores têm razão: quando tudo desaparece, fica a família.
Os amigos são uma maravilhosa utopia que aguenta o mais que pode. Mas quando o mundo começa a desabar e os destroços a cairem sobre os seus- até aí- fraternais corpos... correm para o seu próprio sangue. Deixam-nos desabar com pena.
Numa coisa os conservadores têm razão: quando tudo desaparece, fica a família.
Os amigos são uma maravilhosa utopia que aguenta o mais que pode. Mas quando o mundo começa a desabar e os destroços a cairem sobre os seus- até aí- fraternais corpos... correm para o seu próprio sangue. Deixam-nos desabar com pena.
ZEZÉ
De acordo com o Dic. da Academia de Ciências, "Camarinha" significa: "Pequeno fruto drupáceo, de forma esférico, branco ou rosado, produzido pela camarinheira" ("voltar finalmente para casa sobraçando um cesto de flores e camarinhas brancas, empurrar a porta e reencontrar Afonso", in Silêncio de Teolinda Gersão).
O que diabo passará pela cabeça das inglesas em férias no Algarve...?
De acordo com o Dic. da Academia de Ciências, "Camarinha" significa: "Pequeno fruto drupáceo, de forma esférico, branco ou rosado, produzido pela camarinheira" ("voltar finalmente para casa sobraçando um cesto de flores e camarinhas brancas, empurrar a porta e reencontrar Afonso", in Silêncio de Teolinda Gersão).
O que diabo passará pela cabeça das inglesas em férias no Algarve...?
ZERO EM COMPORTAMENTO
Contra ventos e marés, a associação Zero Em Comportamento continua a teimar em seleccionar e exibir o que de melhor o cinema mundial vai produzindo. Frequentemente contra uma câmara municipal, dominada por tias cujo filme da sua vida ainda é o raio da "África Minha"!
Perdoai-lhes Senhor que eles não sabem o que fazem....
Contra ventos e marés, a associação Zero Em Comportamento continua a teimar em seleccionar e exibir o que de melhor o cinema mundial vai produzindo. Frequentemente contra uma câmara municipal, dominada por tias cujo filme da sua vida ainda é o raio da "África Minha"!
Perdoai-lhes Senhor que eles não sabem o que fazem....
NO TOXIDO
Há uma maneira de distinguir os nossos aeroportos de outros, onde só é permitido fumar em zonas reservadas: os portugueses são aqueles que têm gente a acender cigarros debaixos dos avisos de NÃO FUMAR... Frequentemente, os próprios seguranças. É como meter putas a guardar a porta das igrejas.
Há uma maneira de distinguir os nossos aeroportos de outros, onde só é permitido fumar em zonas reservadas: os portugueses são aqueles que têm gente a acender cigarros debaixos dos avisos de NÃO FUMAR... Frequentemente, os próprios seguranças. É como meter putas a guardar a porta das igrejas.
CAÇA
Julgo que é de 200.000, o número de caçadores em Portugal. Gente que se mete honestamente à estrada, com uma ou duas armas às costas, sacos com garrafas de vinho ou cerveja e cães que talvez regressem ao canil se provarem ser bons farejadores.
A semana passada protestaram contra as reservas impostas pelo governo à caça em zonas ardidas. Aparentemente, quem decide não percebe a dificuldade de calcorrear quilómetros para estourar os miolos a meia-dúzia de animais. E logo agora que seria tão fácil apanhar os sobreviventes, amontoados nas zonas que sobraram e matar a gosto, lembram-se de vir dificultar a vida.
É preciso não ter compreensão...
Julgo que é de 200.000, o número de caçadores em Portugal. Gente que se mete honestamente à estrada, com uma ou duas armas às costas, sacos com garrafas de vinho ou cerveja e cães que talvez regressem ao canil se provarem ser bons farejadores.
A semana passada protestaram contra as reservas impostas pelo governo à caça em zonas ardidas. Aparentemente, quem decide não percebe a dificuldade de calcorrear quilómetros para estourar os miolos a meia-dúzia de animais. E logo agora que seria tão fácil apanhar os sobreviventes, amontoados nas zonas que sobraram e matar a gosto, lembram-se de vir dificultar a vida.
É preciso não ter compreensão...

O CHEIRO DAS HISTÓRIAS A ARDER
Enquanto atravessava a estrada entre a Sertã e Vila de Rei só me lembrava da desolação que a paisagem ia incutindo na alma de Frodo, em "O Senhor Dos Anéis". Mas não há livro que liberte o cheiro da madeira queimada. Nem ilustração que provoque o choque dos troncos recurvados, negros, a pedir o descanso do chão.
Enquanto atravessava a estrada entre a Sertã e Vila de Rei só me lembrava da desolação que a paisagem ia incutindo na alma de Frodo, em "O Senhor Dos Anéis". Mas não há livro que liberte o cheiro da madeira queimada. Nem ilustração que provoque o choque dos troncos recurvados, negros, a pedir o descanso do chão.
TABLOIDIZANDO
Há um tempo (estupidamente curto) atrás, falava-se do horror dos paparazi estrangeiros, da forma como a imprensa inglesa ou italiana pegava numa frase de alguém conhecido e a distorcia, transformando-a em manchete explosiva. Todos iríamos jurar que os nossos brandos costumes nos evitariam esse horror... Agora, basta abrir qualquer revista semanal para ver a pestilência escorrer. Já não se buscam os podres... Inventam-se. O prémio desta semana, se existisse, iria para um número da NOVA GENTE, já com uns tempos, encontrada numa casa por onde passei. Nessa revista, os editores tinham conseguido pegar numa frase de Albarran desmentindo rumores sobre a sua vida privada e transformá-la em CAPA, distorcendo o sentido das afirmações.
É sempre espantoso descobrir que quando julgamos não ser possível descer mais baixo alguém nos mostra a sub-sub-cave.
Há um tempo (estupidamente curto) atrás, falava-se do horror dos paparazi estrangeiros, da forma como a imprensa inglesa ou italiana pegava numa frase de alguém conhecido e a distorcia, transformando-a em manchete explosiva. Todos iríamos jurar que os nossos brandos costumes nos evitariam esse horror... Agora, basta abrir qualquer revista semanal para ver a pestilência escorrer. Já não se buscam os podres... Inventam-se. O prémio desta semana, se existisse, iria para um número da NOVA GENTE, já com uns tempos, encontrada numa casa por onde passei. Nessa revista, os editores tinham conseguido pegar numa frase de Albarran desmentindo rumores sobre a sua vida privada e transformá-la em CAPA, distorcendo o sentido das afirmações.
É sempre espantoso descobrir que quando julgamos não ser possível descer mais baixo alguém nos mostra a sub-sub-cave.
22 de agosto de 2003
CINEMA
Chegará o dia em que os nossos produtores e realizadores perceberão que um Argumento não é uma folha de produção em que a malta anota aquilo que talvez se filme, ou talvez não. Há quem o faça, no grande cinema mundial, mas esses têm um nome "génios". E o talento, ao contrário do sol, quando nasce é só para alguns. Os outros convém que aprendam, humildemente a fazer as coisas bem feitas. Digo eu...
Chegará o dia em que os nossos produtores e realizadores perceberão que um Argumento não é uma folha de produção em que a malta anota aquilo que talvez se filme, ou talvez não. Há quem o faça, no grande cinema mundial, mas esses têm um nome "génios". E o talento, ao contrário do sol, quando nasce é só para alguns. Os outros convém que aprendam, humildemente a fazer as coisas bem feitas. Digo eu...
GINJAS
O Paulo Moreiras, que é uma espécie de Clark Kent, por várias razões, iniciou o seu blogue que ainda está fresco mas que amadurecerá bem, por certo. Welcome, elogiodaginja.
O Paulo Moreiras, que é uma espécie de Clark Kent, por várias razões, iniciou o seu blogue que ainda está fresco mas que amadurecerá bem, por certo. Welcome, elogiodaginja.
DIÁRIO DAS BEIRAS
Dobrado sobre o portátil, com uma ligação mais que artesanal, actualizo os comentários. Lá fora, ainda paira o cheiro dos pêssegos e das árvores ondes os frutos amadurecem. O fantasma dos incêndios não anda longe, sempre que passa uma avioneta ou helicóptero as pessoas pensam em novas bombas incendiárias (daquelas que a judiciária desdramatiza afirmando que tudo não passa da acção de pastores jovens e querelas de vizinhos)...
A Beira Baixa resiste como pode, enrolada nos seus pinhais, cada vez mais curtos para tapar o medo ao fogo.
Dobrado sobre o portátil, com uma ligação mais que artesanal, actualizo os comentários. Lá fora, ainda paira o cheiro dos pêssegos e das árvores ondes os frutos amadurecem. O fantasma dos incêndios não anda longe, sempre que passa uma avioneta ou helicóptero as pessoas pensam em novas bombas incendiárias (daquelas que a judiciária desdramatiza afirmando que tudo não passa da acção de pastores jovens e querelas de vizinhos)...
A Beira Baixa resiste como pode, enrolada nos seus pinhais, cada vez mais curtos para tapar o medo ao fogo.
20 de agosto de 2003
AI, EU ESTIVE QUASE MORTO NO DESERTO E O PORTO...
Consegui ser conduzido pelo que me pareceu ser duas gerações de taxistas loucos, pai e filho. A 140 km, onde dizia "40", travagens a fundo a centímetros de autocarros, camiões e outras superfícies macias. Não mencionando a música dos anos 70... Depois percebi que era um estilo de condução. Aliás, muito partilhado pelos condutores da Invicta.
Não percebo por que é que morre tanta gente na estrada com um país de shumákeres ( não está mal para grafia...) a vibrar com esta garra...
Consegui ser conduzido pelo que me pareceu ser duas gerações de taxistas loucos, pai e filho. A 140 km, onde dizia "40", travagens a fundo a centímetros de autocarros, camiões e outras superfícies macias. Não mencionando a música dos anos 70... Depois percebi que era um estilo de condução. Aliás, muito partilhado pelos condutores da Invicta.
Não percebo por que é que morre tanta gente na estrada com um país de shumákeres ( não está mal para grafia...) a vibrar com esta garra...
LIVRO ABERTO
O Francisco J. Viegas conseguiu criar um espaço descontraído, nas 3as feiras (repetição às 4as e na RTPi) em que se pode falar de livros, de blogues e daquilo que aparecer na conversa, sendo que esse "daquilo" corresponde às visões dos convidados sobre Portugal.
Pela minha parte, diverti-me muito, no programa de ontem. E não senti nada o GRANDE E ESMAGADOR da Cultura.
A seguir com atenção, nesta hora em que nada Acontece.
O Francisco J. Viegas conseguiu criar um espaço descontraído, nas 3as feiras (repetição às 4as e na RTPi) em que se pode falar de livros, de blogues e daquilo que aparecer na conversa, sendo que esse "daquilo" corresponde às visões dos convidados sobre Portugal.
Pela minha parte, diverti-me muito, no programa de ontem. E não senti nada o GRANDE E ESMAGADOR da Cultura.
A seguir com atenção, nesta hora em que nada Acontece.
19 de agosto de 2003
18 de agosto de 2003
FELLINI
Um dos nossos mais respeitáveis cronistas afirmava só agora estar a vencer a repugnância que lhe causara desde sempre Fellini, com o seu barulho e manifestação ruidosa da vida. E o Kusturika seria a mesma desgraça: barulhento e gracejador.
Alguém que me explique que modelo de vida é este, tão divulgado em Portugal, e que consiste na apologia do soturno. Só é bom o que faz doer; o que entedia; o que nos deixa ficar a falar até muito tarde para afastar o pesadelo da sua lembrança...
O resto, na opinão de outro crítico, igualmente respeitável, estaria "para lá da literatura" (no caso dos livros). Seria do domínio do bom senso e não do objecto artístico. A felicidade não seria passível de se ultrapassar enquanto Coisa Criativa...
Não sou psicólogo, mas isto não será do domínio da fuga a uma vida de merda...?
Pergunto, eu...
ps: relembro o Umberto Eco e o tema do livro maldito, em "O nome da Rosa"... Será assim tão horrível admitir a existência de uma "Poética" dedicada ao Riso?
Um dos nossos mais respeitáveis cronistas afirmava só agora estar a vencer a repugnância que lhe causara desde sempre Fellini, com o seu barulho e manifestação ruidosa da vida. E o Kusturika seria a mesma desgraça: barulhento e gracejador.
Alguém que me explique que modelo de vida é este, tão divulgado em Portugal, e que consiste na apologia do soturno. Só é bom o que faz doer; o que entedia; o que nos deixa ficar a falar até muito tarde para afastar o pesadelo da sua lembrança...
O resto, na opinão de outro crítico, igualmente respeitável, estaria "para lá da literatura" (no caso dos livros). Seria do domínio do bom senso e não do objecto artístico. A felicidade não seria passível de se ultrapassar enquanto Coisa Criativa...
Não sou psicólogo, mas isto não será do domínio da fuga a uma vida de merda...?
Pergunto, eu...
ps: relembro o Umberto Eco e o tema do livro maldito, em "O nome da Rosa"... Será assim tão horrível admitir a existência de uma "Poética" dedicada ao Riso?
HERÓIS, MAS COM PENA
Num dos comentários a um post, fala-se da questão de se "conhecer ou não o autor" e as consequências que daí surgem, para a credibilidade do mesmo. Permitam-me que opine, por experiência. A maioria das pessoas preferiria NÃO CONHECER os autores. Embora acredite no contrário. Enquanto se lê um texto que consideramos extraordinário temos tendência a transportar essa carga de maravilhamento para o seu/sua autor/a. Gostamos de acreditar que só uma pessoa especial nos poderia ter provocado aqueles sentimentos. Ora, na minha opinião, a carga de excepcionalidade que colocamos nessa pessoa deriva da maneira admirativa que temos da nossa própria existência. O leitor julga-se, ele próprio, excepcional. Daí que só alguém "ainda mais" extraordinário" o possa tocar.
Quando vemos que ele é alguém igual a nós; uma pessoa que desenvolveu um talento específico mas que ri, chora e muda de meias, tendemos a ficar desapontados. Aos heróis não são permitidas fraquezas.
Ora, num país que, já por si, não ama os seus escritores, só lhes é deixado o caminho do afastamento. Como muitos nomes que nós conhecemos fazem.
Arriscar uma opinião ou apresentar-se em pé de igualdade com os seus leitores é um exercício suicida. Só justificado pela compreensão de que a vida não se vive através dos livros. E que somos todos maravilhosamente humanos.
Num dos comentários a um post, fala-se da questão de se "conhecer ou não o autor" e as consequências que daí surgem, para a credibilidade do mesmo. Permitam-me que opine, por experiência. A maioria das pessoas preferiria NÃO CONHECER os autores. Embora acredite no contrário. Enquanto se lê um texto que consideramos extraordinário temos tendência a transportar essa carga de maravilhamento para o seu/sua autor/a. Gostamos de acreditar que só uma pessoa especial nos poderia ter provocado aqueles sentimentos. Ora, na minha opinião, a carga de excepcionalidade que colocamos nessa pessoa deriva da maneira admirativa que temos da nossa própria existência. O leitor julga-se, ele próprio, excepcional. Daí que só alguém "ainda mais" extraordinário" o possa tocar.
Quando vemos que ele é alguém igual a nós; uma pessoa que desenvolveu um talento específico mas que ri, chora e muda de meias, tendemos a ficar desapontados. Aos heróis não são permitidas fraquezas.
Ora, num país que, já por si, não ama os seus escritores, só lhes é deixado o caminho do afastamento. Como muitos nomes que nós conhecemos fazem.
Arriscar uma opinião ou apresentar-se em pé de igualdade com os seus leitores é um exercício suicida. Só justificado pela compreensão de que a vida não se vive através dos livros. E que somos todos maravilhosamente humanos.
A FORMOSA
No Expresso de há duas semanas, Luisa S., aponta o dedo a alguns atentados ecológicos que estão a ser cometidos contra a Ria Formosa por empresários do betão, com a conivência de autarquias e do actual governo. Planos reprovados relativos a empreendimentos de dimensões absurdas, voltaram agora "agilizados", ou seja, prontos para a pouca-vergonha.
É preciso atravessar de barco a ria, em direcção a uma das suas ilhas (a de Tavira, por exemplo) para perceber o quão criminosa é esta atitude. A ganância e a burrice de mãos dadas a cimentar o que de puro nos resta...
No Expresso de há duas semanas, Luisa S., aponta o dedo a alguns atentados ecológicos que estão a ser cometidos contra a Ria Formosa por empresários do betão, com a conivência de autarquias e do actual governo. Planos reprovados relativos a empreendimentos de dimensões absurdas, voltaram agora "agilizados", ou seja, prontos para a pouca-vergonha.
É preciso atravessar de barco a ria, em direcção a uma das suas ilhas (a de Tavira, por exemplo) para perceber o quão criminosa é esta atitude. A ganância e a burrice de mãos dadas a cimentar o que de puro nos resta...
17 de agosto de 2003
13 de agosto de 2003
LA NOSTALGIE DE LA MERDE
Impressionado com a franqueza da Clara F. Alves, que no Expresso, afirmou ter comprado uma porrada de revistas cor-de-rosa, numa "tabacaria" de Portimão (where else could it be?), também sou capaz ainda esta tarde de me atirar à ANA MAIS ATREVIDA e à TV 7 DIAS. Nunca é tarde para mergulhar na "boue".
Claro que seguindo os passos da minha mentora começarei por pedir a "Time"...
Impressionado com a franqueza da Clara F. Alves, que no Expresso, afirmou ter comprado uma porrada de revistas cor-de-rosa, numa "tabacaria" de Portimão (where else could it be?), também sou capaz ainda esta tarde de me atirar à ANA MAIS ATREVIDA e à TV 7 DIAS. Nunca é tarde para mergulhar na "boue".
Claro que seguindo os passos da minha mentora começarei por pedir a "Time"...
DERRETER A ORTOGRAFIA
Há uns dias atrás, um jornal diário (julgo que o dn, mas não tenho a certeza e está demasiado calor para pesquisas embora, por contingência de rotina de leituras,só poderia ser em alternativa, o Público...) titulava que "METREÓLOGOS" afirmavam estarmos perante a maior onda de calor. Tinham certamente razão, tanto mais que os "meteorologistas" disseram o mesmo.
Há uns dias atrás, um jornal diário (julgo que o dn, mas não tenho a certeza e está demasiado calor para pesquisas embora, por contingência de rotina de leituras,só poderia ser em alternativa, o Público...) titulava que "METREÓLOGOS" afirmavam estarmos perante a maior onda de calor. Tinham certamente razão, tanto mais que os "meteorologistas" disseram o mesmo.
TUDO A SUL
Nesta altura do ano, o Algarve é tudo o que se costuma dizer dele: quente, confuso e apinhado. Mas é também um conjunto de praias maravilhosas que nem o magote de canalizadores ingleses consegue ocultar. São areais e enseadas e verde e azul e águas mornas. Tomara já o Outono.
Hoje, o farol vermelho subia da praia contra um céu falso de estúdio de cinema. E ainda assim, ali fui de encontro a ele e lhe toquei com a mão, como se fosse um novo amigo. Ao lado o mar, pontuado de pescadores silenciosos.
E atrás, o fumo que vinha da serra em chamas. O mar que fazia de céu e a terra a soltar os demónios.
Raios partam a utopia do paraíso...
Nesta altura do ano, o Algarve é tudo o que se costuma dizer dele: quente, confuso e apinhado. Mas é também um conjunto de praias maravilhosas que nem o magote de canalizadores ingleses consegue ocultar. São areais e enseadas e verde e azul e águas mornas. Tomara já o Outono.
Hoje, o farol vermelho subia da praia contra um céu falso de estúdio de cinema. E ainda assim, ali fui de encontro a ele e lhe toquei com a mão, como se fosse um novo amigo. Ao lado o mar, pontuado de pescadores silenciosos.
E atrás, o fumo que vinha da serra em chamas. O mar que fazia de céu e a terra a soltar os demónios.
Raios partam a utopia do paraíso...
10 de agosto de 2003
FÉRIAS OU UMA ESPÉCIE DE...
Companheiros, como me encontro de folga, em deriva descontraída pelos areais, não vou poder publicar ou responder aos comentários regularmente. Neste momento, teclo de um computador emprestado, numa ligação com arritmia cardíaca. Lá mais para o fim do mês, voltarei de foma mais regular à faina.
ps: de caminho, vou lendo o que as revistas da especialidade francesa dizem sobre a nossa filmografia e comparo com o que a nossa imprensa e produtores "dizem que elas dizem" quando entrevistados... Interessante...
Companheiros, como me encontro de folga, em deriva descontraída pelos areais, não vou poder publicar ou responder aos comentários regularmente. Neste momento, teclo de um computador emprestado, numa ligação com arritmia cardíaca. Lá mais para o fim do mês, voltarei de foma mais regular à faina.
ps: de caminho, vou lendo o que as revistas da especialidade francesa dizem sobre a nossa filmografia e comparo com o que a nossa imprensa e produtores "dizem que elas dizem" quando entrevistados... Interessante...
7 de agosto de 2003
ALONE
Muitas pessoas temem ficar sozinhas. Aceitam tudo e todos para não terem de ouvir o som dos seus próprios passos a caminhar pela casa. A maioria julga que se assusta com a possibilidade do mundo a esquecer.
Tenho para mim que o medo maior é o de ver surgir do passado os fantasmas dos dias tristes. Mas quem diz que os fantasmas não precisam de ouvir a voz actual de cada um de nós?
Muitas pessoas temem ficar sozinhas. Aceitam tudo e todos para não terem de ouvir o som dos seus próprios passos a caminhar pela casa. A maioria julga que se assusta com a possibilidade do mundo a esquecer.
Tenho para mim que o medo maior é o de ver surgir do passado os fantasmas dos dias tristes. Mas quem diz que os fantasmas não precisam de ouvir a voz actual de cada um de nós?
SUB REQUIEM
Comprei ontem a minha última TV GUIA. Enquanto os outros guias tv entravam como cães rafeiros pela vida das bigbrotherianas criaturas, eles lá iam dando notícia do que se estava a produzir em Portugal, dos bastidores de séries e por aí fora. Depois, calculo que a carteira dos donos tenha falado mais alto.
Do número de ontem, constavam: "A Cegonha do Zé Maria teve de fugir de Barrancos, e raivosa afirma que ele tinha era uma grande fama de Maricas"; "Maria J. Simões desmente romance com Kapinha (que por sua vez se afirma "figura pública" e não fala se anda metido na cama de Marisa Cruz ou noutra";" Zeca Soares(?) passa as passas do Algarve para chegar à casa do Castelo, um dos santuários da gente bonita e famosa";"Fernando Rocha conta anedotas que só ele é que está a ver (e provavelmente a achar graça)"Sofia Alves (ex-cega, ou talvez não) passa a tarde "Às compras e aos beijinhos" com um encenador"...
É preciso dizer mais?
OK: "O instrumento (?) de Carlos Malato cresceu 300 km na presença de Ana Lamy";"Patrícia Tavares, uma longa carreira aos 25 anos (!!!!!!!!)".
Perguntam-me por que raio dei eu (pela última vez) 1.25 € por esta pilha de esterco? Não sei, acho que foram muitos anos de hábito. Como quem começa a fumar aos 12.
Espero não vir a precisar de pastilhas de nicotina...
Comprei ontem a minha última TV GUIA. Enquanto os outros guias tv entravam como cães rafeiros pela vida das bigbrotherianas criaturas, eles lá iam dando notícia do que se estava a produzir em Portugal, dos bastidores de séries e por aí fora. Depois, calculo que a carteira dos donos tenha falado mais alto.
Do número de ontem, constavam: "A Cegonha do Zé Maria teve de fugir de Barrancos, e raivosa afirma que ele tinha era uma grande fama de Maricas"; "Maria J. Simões desmente romance com Kapinha (que por sua vez se afirma "figura pública" e não fala se anda metido na cama de Marisa Cruz ou noutra";" Zeca Soares(?) passa as passas do Algarve para chegar à casa do Castelo, um dos santuários da gente bonita e famosa";"Fernando Rocha conta anedotas que só ele é que está a ver (e provavelmente a achar graça)"Sofia Alves (ex-cega, ou talvez não) passa a tarde "Às compras e aos beijinhos" com um encenador"...
É preciso dizer mais?
OK: "O instrumento (?) de Carlos Malato cresceu 300 km na presença de Ana Lamy";"Patrícia Tavares, uma longa carreira aos 25 anos (!!!!!!!!)".
Perguntam-me por que raio dei eu (pela última vez) 1.25 € por esta pilha de esterco? Não sei, acho que foram muitos anos de hábito. Como quem começa a fumar aos 12.
Espero não vir a precisar de pastilhas de nicotina...
6 de agosto de 2003
COMÉDIA
Mesmo com este calor e coisas por fazer, não dá para perder os "Royle", na Sic Radical. A mais preguiçosa família à face da terra. E um exercício de aprendizagem sobre a maneira de construir um argumento para televisão.
"Na Terra da Abundância", outra excelente série, repete na Rtp2.
Afinal, nem tudo está perdido.
Mesmo com este calor e coisas por fazer, não dá para perder os "Royle", na Sic Radical. A mais preguiçosa família à face da terra. E um exercício de aprendizagem sobre a maneira de construir um argumento para televisão.
"Na Terra da Abundância", outra excelente série, repete na Rtp2.
Afinal, nem tudo está perdido.
ACONTECE
As opiniões que respeito, nomeadamente na blogosfera, já disseram tudo o que havia a dizer sobre o Acontece. Subscrevo inteiramente. Por coincidência do destino fui o escritor convidado do último programa e percebi que a equipa estava cansada mas que fazia o seu trabalho com mais dedicação do que é costume na Repartição de Finanças para a qual trabalham. Estou-lhes grato por terem mostrado o meu trabalho ao longo destes anos. Mas tudo chega ao fim. Neste caso, um bocadinho à traição.
Falta saber o que se estará a preparar para os lados da 5 de Outubro. Conhecendo esse poço de víboras como conheço, deveria temer o pior. Mas, como é a área da cultura, por uma vez não se devem estar a acotovelar. Ainda os obrigavam a ler algum livro...
A ver vamos, como diria o cego (a caminho do estádio do... Ai, espera, esta já disse ;-) )
As opiniões que respeito, nomeadamente na blogosfera, já disseram tudo o que havia a dizer sobre o Acontece. Subscrevo inteiramente. Por coincidência do destino fui o escritor convidado do último programa e percebi que a equipa estava cansada mas que fazia o seu trabalho com mais dedicação do que é costume na Repartição de Finanças para a qual trabalham. Estou-lhes grato por terem mostrado o meu trabalho ao longo destes anos. Mas tudo chega ao fim. Neste caso, um bocadinho à traição.
Falta saber o que se estará a preparar para os lados da 5 de Outubro. Conhecendo esse poço de víboras como conheço, deveria temer o pior. Mas, como é a área da cultura, por uma vez não se devem estar a acotovelar. Ainda os obrigavam a ler algum livro...
A ver vamos, como diria o cego (a caminho do estádio do... Ai, espera, esta já disse ;-) )
COINCIDÊNCIAS
Na noite passada, enquanto dava os últimos retoques no argumento de um filme sobre uma mulher fascinada pela imagem de Marilyn (realização de António da Cunha Telles, com rodagem nos próximos meses) passava na televisão um dos seus mais belos filmes "NIAGARA". Nunca a actriz esteve tão sensual e ao mesmo tempo tão desprotegida como naquele filme. Para os que julgam que os novos filmes é que inventam o cinema, ou que as divas nasceram todas no final dos anos 70, remeto-os para esse título.
Na noite passada, enquanto dava os últimos retoques no argumento de um filme sobre uma mulher fascinada pela imagem de Marilyn (realização de António da Cunha Telles, com rodagem nos próximos meses) passava na televisão um dos seus mais belos filmes "NIAGARA". Nunca a actriz esteve tão sensual e ao mesmo tempo tão desprotegida como naquele filme. Para os que julgam que os novos filmes é que inventam o cinema, ou que as divas nasceram todas no final dos anos 70, remeto-os para esse título.

GREEN LANTERN
Sendo a minha família toda do Benfica, eu, naturalmente, sempre me senti intelectualmente mais próximo do Sporting. Parecia-me que haveria de ser um clube de gente mais sensata, talvez menos alegre mas mais dada à reflexão. E o facto de perderem durante anos a fio também ajudou, com esta mania que eu tenho de estar do lado dos que levam com a vida em cima...
Nos últimos tempos, contudo, a minha fraca fé vacilou, à vista das obras do estádio que hoje inaugura. Um clube que tem dirigentes que se deixam convencer por arquitectos como Tomás Taveira tem um problema. E não é de mérito futebolístico.
Ao que consta, a única discussão terá ocorrido a propósito da escolha do nome do novo estádio. À facção Alvalade XXI opunha-se uma corrente que defendia CARDINALI FOR EVER. Parece que este grupo de adeptos argumentava que a verdadeira identidade do arquitecto responsável merecia este nome ( Taveira seria, secretamente, o Batatinha, daí nunca dar entrevistas sem maquilhagem...).
Enfim, lá vi com toda a atenção as fotografias do relvado... que vai ser mostrado com pompa ao público mais logo. Ainda não percebi a coisa, porque me dá a ideia que é o mesmo que mostrar as mamas de uma striper que se avistou montes de vezes... Mas, enfim, quem organiza lá sabe.
Também, se a informação ainda estiver correcta, é o primeiro estádio a ter acomodações especiais para cegos: centenas de lugares atrás dos painéis de vídeo. Uma iniciativa que ainda está para deixar ver os resultados.
Nesta hora de tristeza, o meu abraço aos amigos do Sporting e a lembrança que nenhum mal dura para sempre. Ele há atentados, ele há terramotos...
Sendo a minha família toda do Benfica, eu, naturalmente, sempre me senti intelectualmente mais próximo do Sporting. Parecia-me que haveria de ser um clube de gente mais sensata, talvez menos alegre mas mais dada à reflexão. E o facto de perderem durante anos a fio também ajudou, com esta mania que eu tenho de estar do lado dos que levam com a vida em cima...
Nos últimos tempos, contudo, a minha fraca fé vacilou, à vista das obras do estádio que hoje inaugura. Um clube que tem dirigentes que se deixam convencer por arquitectos como Tomás Taveira tem um problema. E não é de mérito futebolístico.
Ao que consta, a única discussão terá ocorrido a propósito da escolha do nome do novo estádio. À facção Alvalade XXI opunha-se uma corrente que defendia CARDINALI FOR EVER. Parece que este grupo de adeptos argumentava que a verdadeira identidade do arquitecto responsável merecia este nome ( Taveira seria, secretamente, o Batatinha, daí nunca dar entrevistas sem maquilhagem...).
Enfim, lá vi com toda a atenção as fotografias do relvado... que vai ser mostrado com pompa ao público mais logo. Ainda não percebi a coisa, porque me dá a ideia que é o mesmo que mostrar as mamas de uma striper que se avistou montes de vezes... Mas, enfim, quem organiza lá sabe.
Também, se a informação ainda estiver correcta, é o primeiro estádio a ter acomodações especiais para cegos: centenas de lugares atrás dos painéis de vídeo. Uma iniciativa que ainda está para deixar ver os resultados.
Nesta hora de tristeza, o meu abraço aos amigos do Sporting e a lembrança que nenhum mal dura para sempre. Ele há atentados, ele há terramotos...
5 de agosto de 2003
EPIFANIA DOMÉSTICA
Hoje, dirigi-me à maquineta papa-moedas do estacionamento e meti lá mais do que provavelmente seria necessário para não ver o carro aparelhado com quatro jantes especiais, modelo Pré-Reboque. Quando carreguei no botão verde do recibo, ela não só me deu o papel autenticado, com ainda atirou com todas as minhas moedas para o chão. Ao contá-las, percebi que a máquina lhes tinha acrescentado 20 cêntimos de origem alemã... Isto prova uma de duas coisas:
a) deus existe e trabalha na EMEL (empresa de estacionamentos de lisboa, para os mais afastados)
b) o dinheiro dos portugueses vai direitinho para o Deutsh Bank, através de uma canalização que, em princípio, não deveria ter retorno...
Hoje, dirigi-me à maquineta papa-moedas do estacionamento e meti lá mais do que provavelmente seria necessário para não ver o carro aparelhado com quatro jantes especiais, modelo Pré-Reboque. Quando carreguei no botão verde do recibo, ela não só me deu o papel autenticado, com ainda atirou com todas as minhas moedas para o chão. Ao contá-las, percebi que a máquina lhes tinha acrescentado 20 cêntimos de origem alemã... Isto prova uma de duas coisas:
a) deus existe e trabalha na EMEL (empresa de estacionamentos de lisboa, para os mais afastados)
b) o dinheiro dos portugueses vai direitinho para o Deutsh Bank, através de uma canalização que, em princípio, não deveria ter retorno...
A SUL DE SILVES
Para todos os meus amigos que estejam de férias em Portimão, por amor de deus, não percam este acontecimento! É que até mete um espectáculo "piro-aquático". É certo que o "piro" pode ser visto noutros lados. E o aquático também. Mas a conjugação... UPA!UPA!
Para todos os meus amigos que estejam de férias em Portimão, por amor de deus, não percam este acontecimento! É que até mete um espectáculo "piro-aquático". É certo que o "piro" pode ser visto noutros lados. E o aquático também. Mas a conjugação... UPA!UPA!

O FIM DA LISTAGEM
Por uma questão de conforto (bastava clicar) e de partilha, coloquei, desde o início, a lista dos blogues que mais visitava. Com o tempo, esta lista tornou-se obsoleta. Não só porque todos os dias surgem novos e interessantes, como alguns dos referidos, nem sempre eram visitados. Daí que tivesse de optar: ou fazia uma nova e gigantesca lista, ou transladava os nomes para os meus Favoritos. Resolvi-me por esta última solução.
A blogosfera assumiu de novo a multiplicidade geral da net. Voltámos à Navegação, ao Surf selvagem de blogue em blogue, de referência em referência.
Aos antigos, vou continuar a visitar-vos. Aos outros, não adianta esconderem-se: onde quer que a qualidade se oculte, eu lá estarei para ler e (se me deixarem) comentar.
Um abraço a todos os que gastam o seu tempo a partilhar as suas visões connosco!
Por uma questão de conforto (bastava clicar) e de partilha, coloquei, desde o início, a lista dos blogues que mais visitava. Com o tempo, esta lista tornou-se obsoleta. Não só porque todos os dias surgem novos e interessantes, como alguns dos referidos, nem sempre eram visitados. Daí que tivesse de optar: ou fazia uma nova e gigantesca lista, ou transladava os nomes para os meus Favoritos. Resolvi-me por esta última solução.
A blogosfera assumiu de novo a multiplicidade geral da net. Voltámos à Navegação, ao Surf selvagem de blogue em blogue, de referência em referência.
Aos antigos, vou continuar a visitar-vos. Aos outros, não adianta esconderem-se: onde quer que a qualidade se oculte, eu lá estarei para ler e (se me deixarem) comentar.
Um abraço a todos os que gastam o seu tempo a partilhar as suas visões connosco!
4 de agosto de 2003
E POR FALAR NAQUILO DE QUE EM BAIXO SE FALA...
Ainda não procurei no guia de televisão, em que dia desta semana calha a transmissão da tourada. Já estou com saudades de ver maltratar uns bichos em directo. E dos sorrisos dos nossos fadistas e das louras argoladas que os acompanham sempre, a bater vigorosas palmas para o redondel.
Se isto não é serviço público, não estou a ver o que seja...!
Ainda não procurei no guia de televisão, em que dia desta semana calha a transmissão da tourada. Já estou com saudades de ver maltratar uns bichos em directo. E dos sorrisos dos nossos fadistas e das louras argoladas que os acompanham sempre, a bater vigorosas palmas para o redondel.
Se isto não é serviço público, não estou a ver o que seja...!
LER TV
Sempre que se comenta algum programa de televisão, ou as opções de conteúdos numa das estações, há sempre quem comente, de forma superior que "não vale a pena perder tempo a olhar para lá", que as coisas que interessam estão ailleurs...
DUUUHHH, a gente sabe!
Mas, também sabemos que aquela forma geométrica, ora quadrada, ora rectangular é mais do que uma janela: é a única escola dos portugueses. É ali que eles vão buscar os elementos para decifrar o mundo. Por isso, toda a discussão à volta do que ali acontece está longe de ser inócua. E muito menos de ter origem na frivolidade.
Sempre que se comenta algum programa de televisão, ou as opções de conteúdos numa das estações, há sempre quem comente, de forma superior que "não vale a pena perder tempo a olhar para lá", que as coisas que interessam estão ailleurs...
DUUUHHH, a gente sabe!
Mas, também sabemos que aquela forma geométrica, ora quadrada, ora rectangular é mais do que uma janela: é a única escola dos portugueses. É ali que eles vão buscar os elementos para decifrar o mundo. Por isso, toda a discussão à volta do que ali acontece está longe de ser inócua. E muito menos de ter origem na frivolidade.

A DESCOBERTA DA PÓLVORA
Em Vila de Rei descobriram uma bomba incendiária. Uma daquelas que tanta gente afirma costumar ver cair de helicópteros e avionetas sempre que há Verão. Qualquer dia as nossas autoridades ainda começam a desconfiar que é capaz de ser fogo-posto...
ps: e já agora, o nosso espaço aério não era suposto estar controlado? Não deveriam as autoridades (in?)competentes saber Quem levanta voo, de Onde e Quando?
Eu não percebo nada de negócios e muito menos dos que se movem na área da sivicultura, mas ALGUÉM está a lucrar com toda esta fogueira. Cherchez l'Argent!
Em Vila de Rei descobriram uma bomba incendiária. Uma daquelas que tanta gente afirma costumar ver cair de helicópteros e avionetas sempre que há Verão. Qualquer dia as nossas autoridades ainda começam a desconfiar que é capaz de ser fogo-posto...
ps: e já agora, o nosso espaço aério não era suposto estar controlado? Não deveriam as autoridades (in?)competentes saber Quem levanta voo, de Onde e Quando?
Eu não percebo nada de negócios e muito menos dos que se movem na área da sivicultura, mas ALGUÉM está a lucrar com toda esta fogueira. Cherchez l'Argent!
3 de agosto de 2003
DE AVIZ
Não fui o único a sentir-se em harmonia com as palavras de Francisco J. Viegas no seu Aviz.
"Mesmo se este Verão for aquele — para retomar a crónica de EPC — que mais tarde retomaremos com aquela pergunta: «Lembras-te daquele Verão em que se falava muito de blogs?» E se for assim? E se um milhar de portugueses tiver descoberto neste Verão — mesmo que seja só neste Verão — o prazer adolescente de escrever, de dizer, de mostrar uma frase, de deixar um recado? E se for assim, onde está o pecado?"
O post do Francisco toca na questão de fundo do incómodo que a liberdade da blogosfera acarreta: ser livre. Cada um poder dizer aquilo que acha, sem o beneplácito da "chancela", tão cara às velhas gerações.
Na verdade, do que se fala aqui é de relações de poder. Se cada um se dispuser a dar o seu contributo para a construção do mundo, o que será feito dos "papas"?
Não fui o único a sentir-se em harmonia com as palavras de Francisco J. Viegas no seu Aviz.
"Mesmo se este Verão for aquele — para retomar a crónica de EPC — que mais tarde retomaremos com aquela pergunta: «Lembras-te daquele Verão em que se falava muito de blogs?» E se for assim? E se um milhar de portugueses tiver descoberto neste Verão — mesmo que seja só neste Verão — o prazer adolescente de escrever, de dizer, de mostrar uma frase, de deixar um recado? E se for assim, onde está o pecado?"
O post do Francisco toca na questão de fundo do incómodo que a liberdade da blogosfera acarreta: ser livre. Cada um poder dizer aquilo que acha, sem o beneplácito da "chancela", tão cara às velhas gerações.
Na verdade, do que se fala aqui é de relações de poder. Se cada um se dispuser a dar o seu contributo para a construção do mundo, o que será feito dos "papas"?
O QUE FAZER QUANDO TUDO ARDE 2
Conheço de perto, as povoações que ardem... Já passei inúmeras vezes naquelas estradas ladeadas de pinheiros. Já espreitei as hortas em que praticam a sua agricultura de subsistência, tal como os pais e os avós faziam.
Mas, quando ouço os seus lamentos frente ao cenário negro, sinto-me mais do que espectador. São os parentes desconhecidos que choram a perda de alguém comum.
Conheço de perto, as povoações que ardem... Já passei inúmeras vezes naquelas estradas ladeadas de pinheiros. Já espreitei as hortas em que praticam a sua agricultura de subsistência, tal como os pais e os avós faziam.
Mas, quando ouço os seus lamentos frente ao cenário negro, sinto-me mais do que espectador. São os parentes desconhecidos que choram a perda de alguém comum.
UMA DA MANHÃ, HEI!
No leitor do carro, as Doce atacavam com força o repertório. Lembrei-me da minha infância e adolescência, enquanto elas atacavam letras de rebeldia doméstica, desembrulhadas nos seus generosos fatos. Segundo o seu (julgo) produtor Tó Zé Brito, elas foram não só inovadoras como intelectualmente espevitadas para a época.
Ena: Giras... Talvez-Inteligentes... UMA BOMBA, quoi!
No leitor do carro, as Doce atacavam com força o repertório. Lembrei-me da minha infância e adolescência, enquanto elas atacavam letras de rebeldia doméstica, desembrulhadas nos seus generosos fatos. Segundo o seu (julgo) produtor Tó Zé Brito, elas foram não só inovadoras como intelectualmente espevitadas para a época.

Ena: Giras... Talvez-Inteligentes... UMA BOMBA, quoi!
1 de agosto de 2003
SSHHHTTT.....
Quando anda tudo tão empenhado em dizer coisas interessantes e espirituosas, nesta nossa blogosfera, outros preferem recolher e divulgar as pequenas pérolas da literatura. :) Parabéns, Sandra.
Quando anda tudo tão empenhado em dizer coisas interessantes e espirituosas, nesta nossa blogosfera, outros preferem recolher e divulgar as pequenas pérolas da literatura. :) Parabéns, Sandra.
DELICATESSEN
Cita o nosso amigo Pedro Lomba, uma história contada pelo N.Matos em que teria recebido " um cartão pessoal do Presidente da Câmara de Lisboa, agradecendo à Dom Quixote e ao Senhor Machado de Assis o envio de "Dom Casmurro"." A ser verdade este relato (enfim... dados certos e imaginativos antecedentes...) isso demonstraria que a nova administração camarária pode não perceber nada de cultura, mas lá que lê a camarada Bobona, isso lê...
Cita o nosso amigo Pedro Lomba, uma história contada pelo N.Matos em que teria recebido " um cartão pessoal do Presidente da Câmara de Lisboa, agradecendo à Dom Quixote e ao Senhor Machado de Assis o envio de "Dom Casmurro"." A ser verdade este relato (enfim... dados certos e imaginativos antecedentes...) isso demonstraria que a nova administração camarária pode não perceber nada de cultura, mas lá que lê a camarada Bobona, isso lê...
...QUANDO UM HOMEM QUISER
Poucas coisas me podem fazer tanto calor como isto. Carreguem em "produtos animados" e depois no dançante. É o pior de todos.
BOING
(eu a cair ao chão com calor)
Poucas coisas me podem fazer tanto calor como isto. Carreguem em "produtos animados" e depois no dançante. É o pior de todos.
BOING
(eu a cair ao chão com calor)
NA MINHA CASA, NÃO
O Vaticano já fez saber que está com G. Bush, na proibição dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. O que é mais divertido não é saber que dentro de alguns anos, derrotados, voltarão, torcendo as mãozinhas onde pontificam os anéis, e dar o dito por não dito, declarando: "a Igreja nunca dixe mejjjmo que era contrazzeeze, o que nozz dijiamozze era que para os baptizadozezee... dá mais jeito ser de sexooss diferentezzz. Sempre procriammm".
O curioso consiste em que a gerência não percebe a sua missão na terra: encher os cofres, manipular governos e lutar pelo poder.
Alguém mais pio que lhes abra os olhos e lhes diga para avançarem já com a aprovação dos referidos matrimónios, contra o pagamento de uma bula pecatoris enrabatis. Sempre metiam mais algum ao bolso. Digo eu...
O Vaticano já fez saber que está com G. Bush, na proibição dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. O que é mais divertido não é saber que dentro de alguns anos, derrotados, voltarão, torcendo as mãozinhas onde pontificam os anéis, e dar o dito por não dito, declarando: "a Igreja nunca dixe mejjjmo que era contrazzeeze, o que nozz dijiamozze era que para os baptizadozezee... dá mais jeito ser de sexooss diferentezzz. Sempre procriammm".
O curioso consiste em que a gerência não percebe a sua missão na terra: encher os cofres, manipular governos e lutar pelo poder.
Alguém mais pio que lhes abra os olhos e lhes diga para avançarem já com a aprovação dos referidos matrimónios, contra o pagamento de uma bula pecatoris enrabatis. Sempre metiam mais algum ao bolso. Digo eu...
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